O futuro do trabalho e as novas tecnologias – Por João Teodoro

Walter Longo é palestrante internacional, publicitário, especialista em negócios e inovação, administrador de empresas e diretor da Unimark Comunicação. Ao Saber Imobiliário, ele
afirmou que todos surfamos sobre um tsunami, com muitas ondas. A internet foi uma delas, na qual estamos totalmente imersos há mais de 20 anos. Quem nela aprendeu a surfar por primeiro, saiu na frente e dominou o mercado. Inteligência artificial (IA) e metaverso são as sensações do momento. Todos, inclusive o mercado imobiliário, teremos de nelas imergir.

Para Longo, a IA não é apenas uma onda, é um gigantesco tsunami, que pode mudar completamente nossas realidades, impactando nossa vida pessoal e profissional. Sem noção de sua dimensão, muitos continuam na praia, sem reação. Mas é preciso surfar, para não se afogar; decifrar as novas tecnologias. O conceito de IA não é recente. Ele existe desde a década de 50, e não parou de evoluir. Em novembro de 2022, já era tema de avançados ensaios científicos. Deixou de ser algo amadorístico, para se transformar em tema para especialistas.

Todavia a grande revolução não foi propriamente a IA, mas o advento de plataformas que
permitiram o acesso fácil e amigável de todos à IA. Cerca de 1600 empresas já operam com ela. Em 2021, foram registradas 141 mil patentes. O ChatGPT é a mais notória. Mas curiosamente não é conectada à internet. Toda a informação que utiliza é auto armazenada, com trilhões de parâmetros de IA. Submetida, foi aprovada nos mais difíceis testes, como o Low School, nos EUA, e o exame de ordem da OAB/SP. Em dois meses, arrebanhou 100 milhões de usuários.

A nova ferramenta, avaliada em mais de 29 bilhões de dólares, consegue criar todo tipo de texto em poucos segundos, inclusive poesias. Pode gerar sugestões de decorações, plantas baixas, fachadas, folhetos de marketing e tudo o que lhe for solicitado. Porém o ChatGPT é apenas uma. Há muitas outras, como o Stability, My Heritage, Crayon e o Dream. Há ferramentas para ilustrar, desenhar, traduzir, resumir reuniões, produzir contratos e até criar aplicativos. Todas disponíveis, sem qualquer custo ou dificuldade, no diretório de ferramentas iFind.

Porém, para se falar com a IA, é preciso empatia digital. Expressar-se adequadamente. Saber distinguir entre enfrentar, confrontar e afrontar; entre teto e abóboda. Sem isso, não há como dialogar com a IA. Reducionismo vocabular e estrangeirismo não são por ela assimilados. Ex.: whisky on the rocks, será entendido como whisky sobre a rocha e não whisky com gelo. Portanto habilidades novas serão exigidas: conhecimento, imaginação, expressão, repertório, vivência, verbalização. Sem repertório nada se cria; sem criação, não se descreve; sem descrição, nada se faz!

Há duas visões sobre a IA: a pessimista diz que empregos vão desaparecer; a otimista, que todos seremos super. Poderemos fazer tudo, com muito mais facilidade, e sobrará tempo para sermos mais humanos. A relação humana e pessoal será cada vez mais valorizada, o que é bom para o Corretor de Imóveis. A segunda onda, o metaverso, continua em evolução. Nele, podemos criar e vivenciar tudo, bem mais barato. Mas, em qualquer caso, teremos de ser retreinados e reinventados sempre que necessário. Nosso destino está em nossas próprias mãos!

João Teodoro da Silva – Presidente do Cofeci