O presidente do Creci-PB, Rômulo Soares, enumerou uma série de fatores que tem levado ao fechamento de estabelecimentos comerciais no centro da cidade da Capital e em localidades como o Varadouro e as avenidas Epitácio Pessoa e José Américo de Almeida, popularmente conhecida como Beira-Rio.
Ele atribuiu primeiro à falta de atividade de gestão da Prefeitura Municipal de João Pessoa, que não oferece nenhum incentivo, principalmente quanto a estrutura do centro da cidade e avenidas como a Beira-Rio para que o público possa caminhar a pé nas calçadas e consumir os produtos e serviços disponibilizados pelos empreendimentos comerciais.
“Para que isso aconteça, faz-se necessária isso uma estrutura habitacional e comercial que funcione, mediante incentivos e utilização do Estatuto da Cidade, capaz de atrair construtores, incorporadores, imobiliárias e corretores para investirem nessas áreas.
Outro motivo identificado por ele para o fechamento de tantos prédios comerciais é a já longeva crise econômica, que tem atingido em cheio o segmento, fazendo-o passar por grandes dificuldades, situação esta agravada pelo elevado patamar dos alugueis, que necessita urgentemente se estabilizar.
O terceiro e último ponto considerado por Rômulo Soares, que também é advogado especialista em Direito Imobiliário, é o abandono de estruturas, a exemplo de praças públicas, ruas e transporte público nessas áreas.
Recife como exemplo
Ele acredita que muito disso depende da gestão municipal e citou o exemplo da cidade de Recife, no vizinho estado de Pernambuco, onde a antiga cidade velha hoje abriga bares, restaurantes, teatro, cinema, comércio, parte residencial, que compõem urbanização e investimento muito grande na parceria público-privada entre construtores, incorporadores e ente público.
“É o que falta aqui na cidade de João Pessoa”, lamentou, lembrando que um gestor público municipal tem que ter pensamento de empreendedor, fazendo sua parte não só de defender a municipalidade, mas elaborando conjuntura para arrecadação de impostos e tributos, proporcionando assim, incentivos fiscais e principalmente estruturais.
Fechamento de Shopping
Ele considerou uma pena o fato de um Shopping de porte médio (Lagoa) que movimentava as classes média e baixa, gerava emprego, renda e tributos, por uma questão de abandono da cidade no referido sentido, ter fechado as portas porque a crise bateu-lhe à porta e não foi feita a parte da municipalidade.
Por fim, defendeu que os empresários, seja na área de serviço, do comércio ou da indústria, se unam e apresentem projetos seja para esta gestão municipal ou para a próxima, para que o comércio no grande centro da cidade, Varadouro e avenidas Epitácio Pessoa e Beira-Rio, que são corredores muitos importantes para o desenvolvimento da cidade, seja revitalizado.