Quem compra terra não erra! – Por João Teodoro

O título deste artigo é um jargão popular ouvido e repetido desde os primórdios da história humana, no qual a palavra terra pode ser entendida como imóvel. Sua persistência tem razão de ser. É quase impossível perder dinheiro aplicando-se no mercado imobiliário. A valorização e o consequente resultado financeiro são quase automáticos, desde que observados alguns fatores pelo comprador/investidor. Sobre o tema, costumamos observar que a construção de um castelo no meio de uma favela, certamente redundará em prejuízo valorativo.

Porém o mesmo castelo construído em local proeminente ou em desenvolvimento promoverá excelente retorno financeiro. O desenvolvimento natural da região, ou a sua evolução, com o adensamento populacional, novas infraestruturas e novos negócios, garantirá o resultado. Portanto a principal causa da valorização imobiliária acaba sendo, sem dúvida, a sua localização. No entanto a escolha do local do imóvel atrela-se a fatores que nem sempre são verificados por quem se dispõe aplicar seus recursos nesse tipo de ativo.

A valorização do imóvel é influenciada pelo aspecto espacial e visual do seu entorno, como o estado de conservação dos edifícios vizinhos e a infraestrutura disponível, como água, luz, asfalto, calçadas, praça de recreação, acessibilidade, iluminação pública, rede de esgoto, coleta de lixo e a distância em relação ao centro urbano. Podem repercutir negativamente a proximidade de feiras-livres, boates e bares noturnos. Enfim, são inúmeros os fatores que devem ser considerados, sejam positivos ou negativos, no grau de valorização imobiliária.

Relevantes também são as características do imóvel em função da sua natureza, se residencial, comercial, industrial, logística ou terreno destinado a uma delas. A grande maioria dos investimentos ou aquisição para uso próprio recai em imóveis residenciais, como casas, sobrados e apartamentos. Cada um desses tipos requer cuidados especiais de análise valorativa. Tratando-se de casa ou sobrado, são importantes as características do terreno, como área total, formato, aclive, declive, recuo e metragem frontal, estacionamento e quintal.

No caso de apartamento, vale analisar bem a convenção de condomínio, o índice de inadimplência condominial, o valor do condomínio e a compatibilidade do comprador com o padrão de vida dos moradores, a existência de sistema de segurança, espaços kids, gourmet, fitness, salão de festas e piscina, e o padrão da recepção. Em qualquer caso, vale conferir a pintura, a conservação e o funcionamento de torneiras, chuveiros, descargas, fechaduras, escoamentos de água, janelas e portas, incidência solar, acessibilidade e segurança para idosos e pessoas com deficiência física.

Na aquisição de imóveis destinados a indústria, comércio e logística, além de muitos dos fatores acima, quando incidentes, são importantes a situação em relação ao plano diretor do município, a facilidade de acesso e estacionamento para carros de passeio e caminhões e o fluxo dos transportes de cargas. Investimentos em terrenos seguem as regras de sua destinação. Tomando-se os cuidados necessários, o imobiliário continua sendo o melhor e mais seguro dos investimentos. O ditado popular título deste artigo continua em pleno vigor!

Por João Teodoro – Presidente do Cofeci