Para este ano, a Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) prevê alta de 5% no setor, a maior em 10 anos. A estimativa foi divulgada durante a apresentação do desempenho econômico da indústria da construção e perspectivas referentes ao 3º trimestre de 2021.
Mesmo com uma leve queda em agosto na confiança entre os empresários do setor, eles continuam otimistas para os próximos seis meses. Isso porque em setembro, o indicador do nível de atividade da construção subiu, sendo a melhor média para o período desde 2010 — 50,4 pontos — como reflexo da demanda por imóveis, de taxas de juros ainda em patamares atrativos e do aumento do crédito imobiliário.
Mas alguns problemas continuam evidentes pela quinta vez consecutiva, como a falta e o aumento dos custos dos materiais.
Com isso, o presidente da CBIC, José Carlos Martins, destaca que os dados comprovam que o setor poderia crescer ainda mais se não fossem os aumentos das taxas de juros e dos materiais. “Os números apresentados comprovam que a indústria da construção é realmente uma Ferrari com freio puxado. Estamos andando bem, mas poderíamos andar muito mais. Difícil achar outro setor que sofreu uma inflação como o nosso, e o tanto que esse fator inibiu nossa capacidade de contribuir com o crescimento do PIB.
Mas para voltar ao pico de atividades, registrado em 2014, o setor precisaria crescer 5% ao ano até 2028. Se houver expansão média de 3% ao ano, a recuperação do nível máximo de atividades ocorrerá em 2033.
E o segmento que lidera é o de construção de edifícios, com 51 pontos, seguido por obras de infraestrutura (50,2 pontos) e serviços especializados (46,8 pontos).
Financiamento imobiliário
Já sobre o crédito, o presidente do CBIC, José Carlos Martins, destaca otimismo em relação ao mercado imobiliário no quarto trimestre. “O mercado continua comprador. A expectativa é que o crédito imobiliário continue crescendo e ultrapasse R$ 200 bilhões”,
Mas aponta preocupação com o financiamento imobiliário com recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) que caiu 8,22%, para R$ 33,367 bilhões, de janeiro a agosto.
“O repasse de aumentos de custos para os preços dos imóveis começa a gerar um descasamento do valor do imóvel com a capacidade de compra. A questão é muito saliente quando se fala de habitação de interesse social”, disse Martins.
Fonte: CBIC / Valor Investe