Por Bárbara Wanderley
O presidente do Conselho Regional dos Corretores de Imóveis da Paraíba (Creci-PB) e diretor da Tamandaré Negócios Imobiliários, Rômulo Soares, conversou com exclusividade com a EDIFICAR sobre os rumos do mercado imobiliário e da atividade profissional dos corretores de imóveis, segundo ele, “a profissão do futuro”.
Como vê a profissão de corretor atualmente?
A profissão de corretor de imóveis é bastante nova, vamos completar em agosto 55 anos de regulamentação (27 de agosto de 1962). Haverá, ainda este ano, uma grande alteração na legislação, que vai passar a exigir curso superior, vai determinar quem pode e quem não pode abrir imobiliária e uma série de outros requisitos. Hoje, 45% dos corretores têm outra atividade, ou pelo menos outro curso de formação, como advogado, administrador, economista, etc. e 79% têm curso superior, de tecnólogo em negócios imobiliários ou outro.
O que espera para o futuro da profissão?
Esperamos que haja um reconhecimento maior dos proprietários de imóveis, pessoas físicas, e principalmente dos construtores e incorporadores, porque eles são os produtores do bem que vai ser adquirido. Quem faz a intermediação, a logística, o acompanhamento processual do financiamento e o pós-venda é o corretor. Se o mercado decodificar isso e entender a importância de contratar o corretor de imóveis ou a imobiliária, o mercado vai se profissionalizar. Estamos trabalhando para isso!
Com a crise, o número de corretores tem aumentado ou diminuído?
O que a gente percebe, aqui na Paraíba, é que muitas pessoas entram na profissão como tábua de salvação. Algumas que não se profissionalizaram e não se capacitaram, saíram do mercado, como sairiam em qualquer outra área de atividade. No entanto, a maioria está escolhendo realmente essa atividade profissional como meio de vida. Muitos têm outras atividades, são advogados, engenheiros, etc. Essa junção proporcionou uma diminuição no número de desligamentos. Não temos uma diferença muito grande no número de inscritos de 2016 para 2017. Esperamos que quem esteja no mercado se prepare mais, e para isso o Creci-PB tem o programa Educa Creci, que oferece palestras, cursos, minicursos, encontros, etc.
Os corretores têm dois tipos de clientes a captar: o proprietário do imóvel e o consumidor final que irá comprá-lo. Como conquistar cada um deles?
A maior estratégia é o perfil do profissional ou da empresa imobiliária. Tem que ter conteúdo e conseguir mostrar à construtora/incorporadora que você tem capacidade de recepcionar aquele bem, entender o que deve ser transmitido ao consumidor final e que você tem planejamento, estratégia de marketing e estrutura para ter uma autorização de venda, ou até uma exclusividade temporária.
Quanto ao consumidor final, é importante ter uma boa publicidade da sua marca, dizer que você existe no mercado. Em todas as atividades da sua vida, seja ir a uma padaria, festa ou encontro religioso, você tem que ter um cartão de visita para que numa informalidade a pessoa saiba que você é um corretor. Dentro das possibilidades financeiras é interessante fazer propagandas em revistas, rádio, televisão, usar as mídias digitais e ter um site bem interativo. É fundamental ter uma equipe de vendas bem treinada, que decodifique sua estratégia de negócio e também aconselho se especializar em algum nicho de mercado e tentar ser o melhor naquela área.
A exclusividade de uma imobiliária nas vendas é uma boa estratégia ou é melhor diversificar?
A exclusividade é a melhor maneira, mas a empresa precisa dar uma garantia jurídica, mostrar que é responsável, que vai partilhar os honorários caso apareçam clientes de outras empresas e dar divulgação ampla. É um meio de afastar a informalidade, o risco de ser enganado, a violência e o perigo de ter muitas pessoas circulando no seu imóvel.
Atualmente, como trabalha a Tamandaré?
Temos uma equipe de seis corretores capacitados. Cuidamos de locação, ainda sem administração, cuidando da parte jurídica; vendas de imóveis prontos e lançamentos. Também temos uma parte de consultoria para permuta, potencial do mercado, diagnóstico do potencial de localização, nicho de perfil de clientes, tipo de empreendimento que a área comporta, tudo através de pesquisa imobiliária. A partir de 2018, é possível que haja uma ampliação nas atividades da empresa, dependendo da reação do mercado.
FONTE: https://revistaedificar.com.br/noticias/profissao-corretor-de-imoveis/